Friday, November 13, 2015

aquele momento em que te apercebes

que o facto de estares sem smartphone é meio caminho para as pessoas se esquecerem de ti.

cada vez mais noto esse padrão: se não tens presença no vida virtual das pessoas, não tens presença nas rotinas das pessoas. mais rapidamente me respondem se enviar sms para o whatsapp/facebook que para o telemóvel. juro!

(sim sim isto é para muitos alguéns - que não lêem este blog. um dia chateio-me e digo-lhes que não gosto de ser ignorada.)

e, outro pormenor é que se escreve muito mais que antes, só que não se tem atenção ao que se escreve. faz sentido?

antigamente as sms que se enviavam eram pensadas no sentido em que se escrevia, lia-se o que estava escrito e depois enviava-se. eram sms escritas até ao limite dos caracteres para não ter que se pagar duas sms à conta dos acentos e dos caracteres especiais.

estes últimos meses tenho andado com telemóveis do tempo da maria cachucha e reparei que quase todas as pessoas escrevem sms como se estivessem a escrever num chat. é irritante. pipipipipi o telemóvel toca e de repente tenho 3 sms com informação que cabia numa.

e eu também faço isso às vezes. e irrita-me!!!

a pressa de comunicar é tanta que não pensamos. fazemos apenas.


2 comments:

Chindo said...

Olá :D

Devo dizer que concordo com a preocupação no inicio da mensagem: "se não tens presença no vida virtual das pessoas, não tens presença nas rotinas das pessoas".

Vai ser um padrão interessante a adaptação sociológica que os próximos anos proporcionarão. Resta saber qual a corrente que irá dominar, voltar a cultivar hábitos de contacto e proximidade real ou se a distância será cada vez maior.


Quanto ao escrever como se fosse um chat...para elas é um chat, por isso é óbvio que se perca a noção de quem recebe a mensagem ter ou não ter capacidade de ler como chat (sim, também estou na pré-história estes dias).

Acho que a preocupação com o que se escreve está embebida num contexto mais severo. Comunicamos (ou achamos que o fazemos) como se estivéssemos presentes, cara à cara com todo o input e output dos intervenientes presentes. O possível pelo menos, há sempre coisas que preferimos não dizer mas a linguagem corporal é algo imprescindível para detetar incoerências, mesmo que inconscientemente.

Largura de banda na linguagem é um conceito interessante.

O mundo está a mudar rapidamente e parece que a nossa capacidade de adaptação a novos paradigmas também, torna-se mais fácil assumir premissas antigas em contextos novos, invariavelmente falham no fim.

p.s: vai perguntar às pessoas o porque de "se esquecerem" de ti, tipo hoje

Cat said...

não sei se quero saber a resposta a essa pergunta xD