Caiu-me o postal de Angkor Wat que tenho pendurado na parede
da sala.
Como é um postal, feito de cartão, caiu sem estrondo, sem me
dar o devido sinal para que o apanhasse antes do embate final com o chão.
É um postal, bem sei, não sei magoa. Mas não deixo de pensar
que é um sinal.
Já passou quase um ano desta viagem em que comprei o postal e eu estou na mesma.
Um bocadinho mais parva sim (continuo a conseguir falar Português do Brasil como se lá tivesse nascido) e com outra cor no cabelo, mas estou na mesma.
E se eu for a ver, pelas pessoas que conheci na viagem,
pelos menos três delas deram a volta por completo à sua vida.
A M. foi para trabalhar para Bruxelas, a P. foi
para Itália, a I. está, neste momento, a trabalhar em NY.
E eu?
No mesmo trabalho, na mesma casa. Com as mesmas rotinas.
Até a porcaria do postal quer mudar de sítio.
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